Cirurgias de reconstrução de órbita e correção maxilofacial com recurso a tecnologia inovadora.

Dr Alberto Rocha Pereira executou cirurgias de reconstrução de órbita e correção maxilofacial com recurso a tecnologia inovadora.

Dr. Alberto Rocha Pereira, cirurgião plástico coordenador da Unidade de Cirurgia Reconstrutiva da Face do Hospital da Luz Lisboa e da Unidade de Cirurgia Plástica e Estética do Hospital da Luz Torres de Lisboa, executou recentemente duas intervenções cirúrgicas inovadoras de reconstrução e correção facial em adultos jovens.

Estas cirurgias foram realizadas com recurso a tecnologia moderna, como TAC intraoperatória, planeamento cirúrgico virtual e utilização de implantes e placas de fixação fabricados por “impressão” 3D específicos para o doente. Além de conferir maior segurança e precisão em todos os procedimentos, esta tecnologia permite prevenir complicações operatórias e proporciona uma melhor recuperação.

A primeira cirurgia (ortognática bimaxilar), a 12 de fevereiro, no Hospital da Luz Lisboa, foi primeiro planeada através de programas de simulação cirúrgica virtual e depois realizada com guias cirúrgicos e placas de fixação em titânio fabricadas em 3D, “à medida” do doente. Tratou-se, por um lado, de corrigir uma anomalia maxilofacial que era originada por subdesenvolvimento do maxilar superior e condicionava má oclusão dentária, além de prejudicar o correto funcionamento da articulação que permite a mobilidade mandibular. Na mesma intervenção, o cirurgião realizou ainda uma rinosseptolastia para correção de desvio do septo nasal e de deformação nasal.

 A segunda cirurgia foi realizada a 11 de março, igualmente no bloco operatório do Hospital da Luz Lisboa. Consistiu na reconstrução da órbita direita, para corrigir a deformidade (enoftalmia ou “olho afundado”) e a perturbação da visão (diplopia ou visão dupla) com que este doente ficara após um acidente de viação. Foi a primeira intervenção com estas características realizada nos hospitais e clínicas da rede Hospital da Luz. Planeada com recurso a programa de simulação virtual, decorreu em duas etapas: a primeira, para remoção de placas e parafusos (mal colocados aquando da primeira assistência hospitalar do doente logo após o acidente) seguindo-se a colocação de um implante específico para reconstrução do defeito ósseo, “impresso” em 3D para adaptação perfeita. O TAC intraoperatório foi utilizado para confirmar o correto posicionamento do implante.

Em ambos os casos, a recuperação dos doentes decorreu bem e o resultado final, tanto funcional como estético, corresponde ao que foi planeado e era esperado. Verificou-se, igualmente, uma redução significativa dos tempos operatórios e de anestesia, com impacto decisivo na redução de dor e no maior bem-estar para os doentes no pós-operatório.

 Alberto Pereira foi um dos três especialistas mundiais em cirurgia crânio-maxilofacial que estiveram presentes como oradores convidados em Davos, em dezembro de 2019, durante os cursos de formação promovidos pela prestigiada Fundação AO desde há 60 anos. A AO é a maior associação de cirurgiões do mundo e estes cursos realizam-se anualmente, com a presença de cerca de 1.500 participantes (além dos que acompanham as transmissões online), envolvendo os maiores especialistas que lidam com trauma e tratamento de lesões do sistema musculoesquelético (ortopedistas, cirurgiões plásticos e maxilofaciais, neurocirurgiões e otorrinolaringologistas, entre outros).

 Na foto em baixo, o médico do Hospital da Luz durante uma das sessões em Davos.